Muitas pessoas em todo o mundo acreditam que o homem não chegou à Lua em 1969 e sustentam a teoria de que as imagens da NASA foram produzidas em um estúdio de Hollywood.
Uma falsa notícia que persiste e que precede, marcando um momento na história das “fake new”
Com apenas alguns cliques, é possível encontrar inúmeros sites na internet que levantam dúvidas sobre a veracidade da missão Apollo 11. Diversos argumentos são utilizados para sustentar essa afirmação: a incapacidade tecnológica da NASA para realizar tal proeza, a alegação de que a missão não envolveu seres humanos, preocupações quanto à sobrevivência dos astronautas às radiações durante a viagem, e até mesmo teorias mais extravagantes, como a ideia de que as autoridades poderiam estar escondendo a descoberta de uma civilização na Lua.
Doses de reflexões
A luz e as sombras das imagens? Suspeitas. A ausência de estrelas? Prova de manipulação. Assim como a bandeira fincada por Neil Armstrong que parece ondular, apesar de quase não haver atmosfera na Lua.
A razão pela qual essa conquista suscita céticos é explicada por Didier Desormeaux, coautor de um livro sobre teorias de conspiração (“Le complotisme, décrypter et agir”). “Este episódio da exploração espacial é um dos marcos mais significativos da história da humanidade, e questioná-lo abala os princípios fundamentais da ciência e do domínio humano sobre a natureza,” argumenta.
Ao contrário de outros eventos históricos que também são alvo de teorias de conspiração, como o assassinato do presidente John Fitzgerald Kennedy em 1963 – cujo ocorrido não é contestado, mas sim as circunstâncias envolvidas – a chegada à Lua é questionada em sua totalidade.
Com Apolo 11, “se trata da primeira teoria complotista que se constrói completamente mediante uma reinterpretação visual de um fato da atualidade: se denuncia uma encenação“, segundo Desormeaux.
Há outras: como as matanças em escolas americanas ou o atentado contra o semanário satírico Charlie Hebdo em Paris em 2015, taxadas de ficções com atores, acrescenta.
“A imagem anestesia a capacidade de reflexão”, defende este especialista para explicar este tipo de raciocínio.
Font: Estado de Minas