A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta segunda-feira (29) uma operação para investigar o suposto uso da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar ilegalmente autoridades durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
A operação, batizada de “Acesso Negado”, cumpriu nove mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente, ao seu filho Carlos Bolsonaro (Republicanos), vereador no Rio de Janeiro, e a outros investigados.
Alvos da operação
- Jair Bolsonaro: A casa do ex-presidente em Angra dos Reis foi um dos alvos da PF.
- Carlos Bolsonaro: O gabinete de Carlos Bolsonaro na Câmara Municipal do Rio e sua residência na Barra da Tijuca também foram alvo de buscas.
- Outros investigados: A PF não divulgou os nomes dos outros investigados na operação.
Objetivo da investigação
A investigação apura se a Abin, durante a gestão de Alexandre Ramagem, foi utilizada para monitorar ilegalmente:
- Adversários políticos
- Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF)
- Outras autoridades
Possíveis crimes
Os investigados podem responder pelos crimes de:
- Invasão de dispositivo informático alheio
- Organização criminosa
- Interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial
Reações
- Jair Bolsonaro: O ex-presidente negou as irregularidades e chamou a investigação de “narrativa”.
- Carlos Bolsonaro: A defesa do vereador disse que só irá se manifestar quando tiver acesso ao processo.
- Alexandre Ramagem: Ramagem não se manifestou publicamente sobre a operação.
Contexto
A investigação sobre o uso da Abin para monitorar ilegalmente autoridades ganhou força após a CPI da Abin, realizada no Senado Federal em 2021. A CPI concluiu que a agência “atuou de forma ilegal e inconstitucional” durante o governo Bolsonaro.
Desdobramentos
A PF ainda não divulgou o resultado das buscas realizadas nesta segunda-feira. A investigação está em andamento e a PF não descarta realizar novas operações.